Inundo todas as palavras
Com a saliva ritmada de poesia
E verto-me entre as ilhas da noite,
O sentimento percorre-me com aforismos de sangue,
Que só a mente dissolve num arco-íris inteligível.
Bebo todas melodias líquidas,
Onde se afundam as palavras num crer de desejo.
Degluto a sede da madrugada,
Com o corpo da primavera
Que trauteia sobre o jardim palpitante.
Beijo o odor queimado no seu esplendor de estrela
E vago na insistência sublime do amor. Parto em curvilínea exuberância,
Atravessar flamejadas rimas de chuva,
Exausto na macieza elegante dos teus abraços,
Porque sopra o chão silencioso do suspiro
E os lábios assomam os limites do segredo com vagar
E temperam a forma selada de temperatura.
E refresca o fruto depois da sede ardente
Que se derramou sobre o labirinto do sol.