segunda-feira, 4 de março de 2013

Escrever sobre nada













Não sei tão pouco como começar. E, para ser ainda mais objectivo, não sei como terminar. Desta vez decidi escrever sobre nada, rigorosamente nada. Deverão estar a indagar-se acerca da minha sanidade mental. Ou, ainda, acreditar que é tão louco aquele que escreve como o que está a perder o seu precioso tempo a ler. Proponho um desafio: vejamos quem consegue aguentar mais tempo, se o leitor se o autor. Porque, parecendo que não, o nada é uma mão cheia de completo vazio. Ou, para sermos ainda mais rigorosos, sabemos, hoje em dia, que o nada é igual ao zero, o que revela que nada é afinal alguma coisa. Quanto mais não seja, é o vácuo.

 Atentemos no vazio que preenche totalmente o interior do estômago de milhões de crianças por esse mundo fora. É tão comum ouvir-se a expressão correcta, aliás, de que essas crianças estão cheias de fome. Cheias? Então se o estômago está completamente vazio, como podemos considerá-lo cheio? Preenchidas por nada seria outra definição extremamente acurada.
Temos, também, felizmente, a noção inversa. Quando alguém afirma que fulano nunca fez nada na vida, pretendemos afirmar que foi, em palavras vulgarmente utilizadas, uma espécie de parasita que, para sobreviver na vida, utilizou-se, indevidamente ou não, de alguém (ou de muitos alguéns) para continuar o seu caminho. Mas como se pode trilhar um percurso sem o fazer? Como conseguimos viver sem nada fazer? Então, a própria essência da vida, não representa, por si mesmo, já um ato concreto de feitura de algo?
Porque razão estará este sujeito a discorrer sobre algo que, à partida, seria tão útil como a própria noção do tema? Talvez pretenda demonstrar que aquilo que, de forma comum, entendemos como vazio absoluto representa, apenas por isso, algo de concreto que, de forma antagónica, o suprime desse irrelevante papel de nulidade. Por outro lado, talvez pretenda demonstrar com factos e pormenores subliminares que é possível escrever sem dizer-se absolutamente nada.
A expressão falas muito mas não dizes nada surge do seio do povo e só por isso torna-se automaticamente avalizada. Mas, hoje por hoje, torna-se de tal forma corriqueira a sua adaptação ao setor da escrita que infelizmente esta realidade suplantou a anterior.
Como tal, deixo já aqui a minha vontade expressa em que, toda e qualquer crónica, tenha sempre algo de relevante a dizer. Porque, a não ser assim, mais vale não fazê-lo. E, se me é permitido, antes de terminar quero apenas congratulá-lo, caro leitor, que chegou ao mesmo tempo que eu ao fim do artigo.

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